Quando você faz uma consulta médica, quase sempre o exame físico inclui a medida da pressão arterial. No oftalmologista, no entanto, a pressão que esse especialista verifica é a intraocular, aferida por meio de um exame denominado tonometria.
Ocorre que uma pressão elevada no interior dos olhos já dá o alerta para a presença de glaucoma, doença que afeta 65 milhões de pessoas ao redor do globo, dentre as quais 1 milhão de brasileiros, segundo a Organização Mundial de Saúde, e é considerada a principal causa de cegueira irreversível no mundo.
Por trás do aumento da pressão está um desequilíbrio entre a produção de humor aquoso, líquido que existe no olho para lubrificar e nutrir a córnea e o cristalino, e o escoamento dessa substância. Esse problema de drenagem pode ser gerado por alterações na anatomia do próprio olho – a causa mais comum, responsável pelo chamado glaucoma de ângulo aberto –, por fatores hereditários, por infecções, por traumas e pelo uso indevido de medicamentos, em especial colírios com corticoides.
Na prática, portanto, o acúmulo do humor aquoso nos olhos eleva a pressão intraocular, que, por sua vez, vai lesando lenta e silenciosamente o nervo óptico, estrutura que leva as informações visuais captadas pela retina para o cérebro decodificar e, assim, permitir a visão.
O grande problema do glaucoma é que, na maioria dos casos, não há sintomas no início da doença. As manifestações visuais surgem apenas quando o nervo óptico já está bastante comprometido.
Contra isso, só funciona mesmo o rastreamento para a identificação precoce do glaucoma. Pessoas com mais de 35 anos ou com outros fatores de risco, como afrodescendência, história familiar da doença e diabetes, devem procurar um oftalmologista ao menos uma vez ao ano para a medida da pressão intraocular com a tonometria e o exame de fundo de olho, que pesquisa lesões nas células do nervo óptico.
Caso seja feito o diagnóstico, o tratamento inicialmente requer colírios que ajudam a diminuir a produção de humor aquoso ou estimulam sua drenagem. Na forma mais comum do glaucoma, que é crônica, esses medicamentos precisam ser usados sem interrupção, mantendo-se, evidentemente, as visitas periódicas ao oftalmologista.
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